O papel do auditor interno está em constante evolução, refletindo as demandas de um mercado cada vez mais dinâmico e interconectado. Vai muito além das funções convencionais de controle e conformidade. Ele é agora um elemento essencial na proteção das empresas, atuando como guardião da segurança corporativa e contribuindo diretamente para decisões estratégicas bem embasadas. Com uma visão abrangente e interligada que agrega valor em várias dimensões, não apenas protege os ativos das empresas, mas também facilita a tomada de decisões fundamentadas que impulsionam a resiliência organizacional.
O Contexto Atual e a Relevância do Auditor Interno
Em tempos de rápidas transformações econômicas e sociais, o auditor interno é cada vez mais solicitado a desempenhar um papel estratégico. Sua atuação engloba mais do que a identificação de falhas: ele deve antever desafios, propor soluções e alinhar seus esforços aos objetivos da organização. A habilidade de enxergar riscos e oportunidades em um panorama mais amplo fortalece sua posição como peça-chave na gestão empresarial moderna.
Principais Desafios e Tendências em 2025
O relatório "Risk in Focus 2025" destaca que as organizações estão cada vez mais confrontadas com desafios em áreas críticas, como cibersegurança, incertezas macroeconômicas, disrupção digital e sustentabilidade ambiental. Vamos aprofundar os riscos mais relevantes e explorar como o auditor interno pode atuar de forma estratégica para mitigá-los:
1. Cibersegurança e Segurança de Dados: A cibersegurança continua sendo a principal preocupação das empresas, com 78% dos entrevistados classificando-a entre os cinco maiores riscos. A crescente sofisticação dos ataques cibernéticos e a dependência de tecnologias digitais tornam essencial que as organizações invistam em medidas robustas de proteção. Nesse contexto, o auditor interno deve transcender a avaliação de controles, ajudando a desenhar estratégias preventivas e fortalecendo a cultura organizacional de segurança.
E ainda, as implicações legais de falhas na proteção de dados, especialmente com regulamentos rigorosos como a LGPD, colocam a cibersegurança no centro das atenções. Auditores internos precisam se manter atualizados sobre legislações específicas, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e utilizar ferramentas especializadas de monitoramento de conformidade para avaliar constantemente os protocolos de privacidade. Métodos como auditorias contínuas e simulações de incidentes cibernéticos podem ser empregados para identificar vulnerabilidades e fortalecer os sistemas de proteção de dados.
2. Incerteza Macroeconômica e Geopolítica: O impacto de fatores externos, como volatilidade econômica global e tensões geopolíticas, exige uma abordagem proativa para a gestão de riscos. Com 72% das organizações classificando esse tema como prioridade, o auditor interno deve oferecer insights baseados em dados, como análises preditivas que já demonstraram sua eficácia em cenários práticos. Por exemplo, uma empresa do setor de manufatura conseguiu mitigar riscos financeiros ao implementar um sistema de análise preditiva que identificou flutuações cambiais e permitiu a renegociação de contratos com fornecedores estratégicos. Essa abordagem não apenas protegeu a margem operacional, mas também fortaleceu sua resiliência frente às incertezas macroeconômicas. para ajudar as empresas a se adaptarem rapidamente às mudanças.
A integração de análises preditivas, combinada com o monitoramento contínuo do ambiente externo, permite ao auditor interno antecipar cenários críticos e oferecer recomendações oportunas às lideranças organizacionais.
3. Capital Humano e Retenção de Talentos: Com 60% das menções, a gestão de talentos está entre as principais preocupações das organizações. Questões relacionadas à diversidade, inclusão e retenção são fundamentais para manter uma força de trabalho motivada e alinhada com os objetivos corporativos. Nesse sentido, a auditoria interna pode ajudar a avaliar programas e práticas de gestão de pessoas, além de propor melhorias que fortaleçam a retenção de talentos e promovam uma cultura de inovação.
Estratégias voltadas para a avaliação do clima organizacional, programas de treinamento e políticas de bem-estar devem ser incorporadas ao escopo de trabalho do auditor interno, ampliando sua contribuição.
4. Mudanças em Leis e Regulamentações: A evolução constante do ambiente regulatório exige que as organizações monitorem e se adaptem às novas exigências legais. Com 56% dos entrevistados indicando esse risco, o auditor interno deve atuar de forma proativa para garantir conformidade e minimizar potenciais penalidades.
O papel do auditor interno inclui, também, assegurar que a empresa esteja preparada para auditorias externas e revisões regulatórias, consolidando a confiança entre a organização e seus stakeholders.
5. Disrupção Digital e Inteligência Artificial (IA): A inovação tecnológica e a adoção de IA estão transformando os modelos de negócio. Com 52% de citações, há uma demanda crescente para que os auditores compreendam e avaliem riscos associados às tecnologias emergentes, garantindo sua integração segura e eficaz.
O auditor interno deve focar em avaliar não apenas os riscos de implementação tecnológica, mas também os impactos éticos e sociais dessas inovações. A criação de diretrizes robustas para o uso de IA é uma área onde sua atuação pode fazer a diferença.
Sustentabilidade e Alinhamento Estratégico
A crescente relevância das mudanças climáticas e da sustentabilidade ambiental também merece destaque. Embora ainda não figurem entre os cinco principais riscos, estudos recentes e tendências do mercado sugerem que a sustentabilidade ambiental ganhará uma relevância substancial nos próximos anos. Um exemplo disso é o crescente número de empresas que estão incluindo metas relacionadas às emissões de carbono e iniciativas verdes como parte central de suas estratégias corporativas, sinalizando a ampliação do foco nesse tema. Auditores internos desempenham um papel fundamental ao avaliar iniciativas sustentáveis e assegurar que as organizações estejam preparadas para atender às expectativas de stakeholders e regulamentadores.
Por exemplo, o "Risk in Focus 2025" aponta que as empresas estão começando a incorporar critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) em seus processos de decisão. O auditor interno deve estar preparado para auditar essas iniciativas e garantir que elas sejam genuínas e eficazes, evitando práticas de greenwashing.
Recomendações para o Auditor Interno em 2025
O "Risk in Focus 2025" também identificou um desalinhamento entre os riscos emergentes e as áreas de foco da auditoria interna. Para maximizar sua contribuição à segurança corporativa, o auditor interno deve:
Adaptar Planos de Auditoria: Garantir que os planos reflitam as áreas de maior relevância e impacto para a organização.
Investir em Capacitação: Desenvolver competências em tecnologias emergentes, análise de dados e outras áreas de crescente importância.
Fortalecer o Engajamento com Stakeholders: Promover comunicação efetiva com conselhos de administração e lideranças para alinhar prioridades e mitigar riscos.
Ampliar o Escopo de Atuação: Incluir temas como ESG, inovação tecnológica e governança em seus planos de auditoria.
Conclusão
O auditor interno continua a evoluir de um papel tradicional para uma posição estratégica dentro das organizações. Incorporar as perspectivas e tendências destacadas pelo "Risk in Focus 2025" é essencial para fortalecer sua atuação como pilar da segurança corporativa. Em um ambiente de negócios cada vez mais complexo, sua habilidade de antecipar riscos, propor soluções inovadoras e garantir o alinhamento estratégico será decisiva para o sucesso das organizações no futuro.
Na Premiumbravo, acreditamos que a auditoria interna é um pilar essencial para a sustentabilidade e o crescimento empresarial. Combinando expertise técnica, tecnologia de ponta e uma visão estratégica, estamos prontos para ajudar sua empresa a navegar no cenário de riscos e alcançar o sucesso de forma segura e sustentável.
Por Paulo Guará.