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Herculano Swerts | CEO Premiumbravo

A Fraude do Banco Master e o Papel Esquecido dos Guardiões do Sistema Financeiro

A liquidação extrajudicial do Banco Master — antigo Banco Máxima — tornou-se um dos episódios mais emblemáticos da história recente do sistema financeiro brasileiro. Um caso que combina fraude estruturada, falhas graves de supervisão, indícios de interferência política e um prejuízo potencial sem precedentes para o erário público. Em novembro de 2025, a Polícia Federal revelou um esquema que movimentou cerca de R$ 12 bilhões em títulos e carteiras de crédito fictícias, tendo o BRB – Banco de Brasília como principal contraparte. O Banco Central, diante do colapso de liquidez e das violações regulatórias, decretou a liquidação extrajudicial do conglomerado, acionando um ressarcimento recorde pelo Fundo Garantidor de Créditos, estimado entre R$ 41 bilhões e R$ 50 bilhões.

Mas para além dos números bilionários e das operações policiais, há um ponto negligenciado que merece total atenção: a postura exemplar — e ao mesmo tempo trágica — de profissionais da Caixa Econômica Federal que, ao exercerem seu dever técnico, foram punidos por fazer exatamente aquilo que deveriam fazer.

Quando o Compliance cumpre sua função — e paga o preço

Segundo reportagem do Metrópoles, em 2024, gerentes da Caixa Econômica Federal barraram uma operação de R$ 500 milhões ao Banco Master. Fizeram o óbvio e correto: classificaram a operação como “arriscada” e “atípica”, identificando inconsistências graves na saúde financeira do Master e nas garantias apresentadas. Como auditores e profissionais de compliance sabem, esse é o cerne da função: proteger o banco, seus clientes e, no caso de instituições públicas, proteger o dinheiro do contribuinte.

A consequência, no entanto, foi a imediata dispensa dos cargos. A mensagem transmitida é perigosa: quando decisões técnicas são revertidas por pressões políticas ou interesses externos, cria-se um ambiente de medo e submissão — o oposto do que deveria existir em qualquer estrutura de governança sólida.

A dispensa desses gerentes evidencia o risco sistêmico que surge quando profissionais éticos são punidos por cumprir o seu papel. E, aqui, a responsabilidade não é apenas institucional. É estrutural.

Quando o mercado ignora sinais, o problema se aprofunda

A insistência do BRB em prosseguir com a aquisição do Banco Master, mesmo após o alerta da Caixa e o veto subsequente do Banco Central, em setembro de 2025, levanta questionamentos profundos sobre governança, independência e pressões externas. A PF investiga se o objetivo da compra era mascarar o prejuízo bilionário do Master utilizando o BRB como mecanismo de absorção das perdas — algo que, se confirmado, será uma das mais graves distorções de finalidade já vistas em instituições financeiras públicas.

É importante frisar: instituições financeiras, especialmente públicas, não existem para servir a interesses particulares. Elas são guardiãs do erário e da integridade do sistema financeiro nacional. O que aconteceu neste caso evidencia um desvirtuamento estratégico que só foi possível porque alguns alertas internos foram ignorados ou silenciados.

A perspectiva de quem vive a auditoria em instituições financeiras

Como profissional que atua diretamente em auditorias internas de instituições financeiras, observando de perto a aplicação das normas do Banco Central, do CMN e dos mecanismos de supervisão prudencial, este caso ecoa de forma particularmente forte.

Em todos os projetos que conduzimos, reforçamos continuamente aos nossos clientes a importância de três pilares:

  1. Independência técnica. Sem independência, não há auditoria, não há compliance e não há governança.

  2. Cultura de reporte e responsabilização. Profissionais precisam ter segurança para reportar riscos sem medo de retaliação.

  3. Função de compliance como guardiã do mercado — e do dinheiro público. O gestor que identifica risco e o sinaliza cumpre um papel essencial para a saúde do sistema como um todo.

Os gerentes da Caixa fizeram isso. Foram guardiões. E, neste caso específico, guardiões não apenas do mercado, mas do patrimônio público, evitando que mais recursos fossem drenados para sustentar um esquema que agora se revelou fraudulento.

O que este caso ensina — e por que deve servir de alerta

A operação que vem sendo conduzida não é apenas uma investigação criminal. É um espelho colocado diante de todos nós que atuamos em auditoria, compliance, controles internos e governança. Ela revela como pressões políticas, decisões obscuras e a corrosão dos controles podem multiplicar prejuízos e comprometer a confiança no sistema financeiro. E, mais importante: demonstra que profissionais éticos podem ser sacrificados quando seus alertas contrariam interesses.

É por isso que este episódio precisa ser lembrado e discutido. Não apenas pelo rombo bilionário, mas pela postura silenciosa — e correta — daqueles que impediram um prejuízo ainda maior e foram punidos por isso.

Conclusão: precisamos reconstruir o respeito à técnica

O sistema financeiro só funciona porque existe uma cadeia de profissionais técnicos que, diariamente, operam com responsabilidade, rigor e independência. Se esses profissionais forem silenciados, substituídos ou intimidados, cria-se um ambiente fértil para fraudes, má gestão e riscos sistêmicos.

E é justamente por isso que a atitude daqueles gerentes da Caixa — injustamente punidos — precisa ser reconhecida, valorizada e, acima de tudo, defendida. Eles fizeram o que o mercado espera e o que o erário exige: proteger o dinheiro público. Honraram a função. Honraram o sistema.

Que este episódio sirva para reforçar, em toda a classe de auditores e profissionais de compliance, a convicção de que integridade não é negociável — e que o papel desses profissionais é, e continuará sendo, indispensável para a proteção do sistema financeiro brasileiro.

 

Por Herculano Swerts | CEO Premiumbravo

Older:Auditoria Interna ou Independente: Qual é a Mais Indicada para a sua Empresa?
PostedNovember 24, 2025
AuthorHerculano Swerts

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