Confira o nosso conteúdo sobre o Open Banking. Os desafios para o setor bancário, o calendário de implementação estabelecido para 2021 e a nossa conversa com Renato Menezes, responsável pela área de Auditoria Interna da Premiumbravo, sobre as mudanças esperadas para a área de auditoria das instituições financeiras.
O que é o Open Banking?
Traduzindo de forma literal, Open Banking significa “banco aberto”, ou “sistema bancário aberto”. O Open Banking é um conjunto de regras e tecnologias que vai permitir o compartilhamento de dados e serviços de clientes – contanto que haja autorização prévia de cada um deles – entre instituições financeiras por meio da integração de seus sistemas, aumentando a competitividade bancária e ampliando a oferta de produtos e serviços financeiros, beneficiando assim o cliente.
O conceito por trás do Open Banking é o de que o consumidor é o dono dos seus dados, e não as empresas. Os clientes poderão pedir para suas instituições financeiras compartilharem seus dados, por meio dos aplicativos já existentes das respectivas instituições.
Desta forma, o cliente poderá pegar todo o histórico construído ao longo de anos com um banco – contas pagas, salários, prestações, empréstimos, perfil de gastos, etc – e levar essas informações para qualquer outra instituição que desejar, sem ter que começar um relacionamento do zero com a nova instituição. Facilitando assim abrir contas e adquirir produtos e serviços em diferentes instituições ao mesmo tempo.
Diversos países já estão em processo de implementação de sistemas similares, como Reino Unido e Austrália, e países como Estados Unidos, Canadá e Rússia estão analisando maneiras de incorporá-lo aos seus sistemas financeiros. No Brasil, apenas instituições financeiras que funcionam sob algum tipo de regulação oficial do BC poderão participar.
APIs
Essa troca de informações entre as instituições financeiras vai ocorrer através de APIs, ou Interface de Programação de Aplicativos (Application Programming Interface em inglês). As APIs são um conjunto de padrões e rotinas que fazem parte de uma interface que permite integrar sistemas, possibilitando benefícios como a segurança dos dados, e facilidade no intercâmbio entre informações com diferentes linguagens de programação. Ou seja, é a tecnologia que permitirá às instituições compartilhar as informações no ecossistema do Open Banking de maneira padronizada e segura.
Todo o processo será supervisionado pelo BC, que é o órgão responsável pela fiscalização e punição das instituições participantes.
“Com o compartilhamento de dados, autorizado pelo cliente, permanece a dúvida se as Fintechs terão capacidade de garantir o sigilo das informações dos clientes”
Renato Menezes, responsável pela área de Auditoria Interna na Premiumbravo
Cronograma
O processo de implementação vai ocorrer em quatro fases, de forma gradual ao longo de 2021. Confira abaixo como vai funcionar cada etapa:
A primeira fase – início em 01/02/21
Sob supervisão do BC, as instituições financeiras irão compartilhar entre si informações sobre canais de atendimento, produtos e serviços ofertados e taxas disponíveis;Segunda fase – início em 15/07/21
Nesta fase já terá início o compartilhamento de dados cadastrais de clientes entre instituições (nome, CPF/CNPJ, telefone, endereço, etc), e informações relacionadas a conta corrente, tarifas, entre outros;Terceira fase – início em 30/08/21
Nesta fase tem Início dos serviços de iniciação transação de pagamento, e o compartilhamento do histórico de informações financeiras dos clientes;Quarta fase – início em 15/12/21
Na quarta e última fase irá ocorrer o Compartilhamento de dados referentes a operações de câmbio, produtos de investimentos, seguro e previdência, entre outros;
Entrevista
Entrevistamos Renato Menezes, responsável pela área de Auditoria Interna na Premiumbravo. Graduado em administração e pós-graduado em gestão empresarial pela FGV, Renato possui ampla experiência na área de Auditoria Interna, Compliance, Mapeamento de Processos e Riscos, e passagem em empresas como Deloitte, Itaú Unibanco S.A. e Totvs Consulting, além de clientes como Banco Arbi, Ativa Investimentos, Opportunity DTVM, entre outros.
Renato comentou os desafios que o Open Banking pode trazer para a área de Auditoria no setor financeiro. Confira abaixo:
1 - Como o Open Banking deve afetar (Riscos) o setor bancário?
Os bancos tradicionais são conhecidos pela segurança da informação que proporcionam, está entre as melhores do mundo. Nos últimos anos houve um aumento expressivo no surgimento de Fintechs. Com o compartilhamento de dados (Open banking), autorizado pelo cliente, permanece a dúvida se as Fintechs terão capacidade de garantir o sigilo das informações dos clientes, algo garantido em lei (Lei Complementar n° 105/2001, do Sigilo Bancário e Lei Geral de Proteção de Dados (n° 13.709/2018). Uma vez que seu poder de investimento em segurança da informação é consideravelmente menor que dos bancos tradicionais.
Outro ponto é a capacidade do Banco Central de fiscalizar as instituições financeiras como por exemplo na autenticidade da autorização do compartilhamento de informações dos clientes; e no prazo máximo de 12 meses para que as instituições financeiras, autorizadas pelo cliente, acessem as informações. Pois passado esse período, o usuário precisará renovar seu consentimento para que a instituição utilize a informação novamente.
2 – Quais desafios o Open Banking traz para a área de Auditoria Interna nas instituições financeiras?
A área de Auditoria Interna terá que reestruturar os processos de gestão de informações e segurança dos clientes, devido a receber solicitações de informações assim como solicitar, sempre que o cliente demandar o compartilhamento.
Outro desafio será a adequação de políticas internas para atender as exigências do Banco Central que ainda não estão completamente definidas sobre o Open Banking. A fase inicial do Open Banking é 01/02/21. Até sua conclusão, existem incertezas quanto à eficácia e segurança do processo que irão nortear normativos do Banco Central.
Você já se perguntou como o Open Banking vai impactar o seu mercado? Quais riscos estão envolvidos e quais processos precisarão ser revistos com a chegada deste novo sistema? Se quiser saber mais, fale conosco!
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