O ano de 2021 foi excelente para o mercado de criptoativos. Para 2022, a tendência é positiva, apontam especialistas. Para Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, a tendência é de crescimento.
“A perspectiva para 2022 é que o mercado de criptoativos siga crescendo e performando melhor do que os ativos financeiros tradicionais. O processo de maior institucionalização do mercado é irreversível, o que tende alimentar cada vez mais fluxo de capital para o mercado”, explica. Segundo o especialista, Bitcoin, Ethereum e Solana são as melhores alternativas para se expor aos criptoativos.
Já para Lucas Xisto, head of Asset Management na Transfero, o setor deve enfrentar alguns desafios.
“Assim como em 2021, o desafio de escalabilidade das redes distribuídas descentralizadas continua em 2022 em meio a demandas crescentes das novas aplicações que rodam em blockchains, principalmente as que envolvem finanças descentralizadas”.
Segundo Xisto, a expectativa é que cada vez mais as redes baseadas na Ethereum Virtual Machine (EVM) tenham espaço, uma vez que a maioria dos projetos de DeFi estão construídos nesse ecossistema.
“As blockchains que não usam a funcionalidade EVM terão o desafio de tornar seu ecossistema mais amigável para developers construírem aplicações, o que pode significar uma maior adoção da EVM ou uma melhor infraestrutura interna para desenvolvimento desses apps”, finaliza.
Maior aceitação e adesão de grandes instituições
Para Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, as criptomoedas serão cada vez mais aceitas e presentes nos produtos financeiros das instituições tradicionais e fintechs. “Veremos mais empresas tradicionais entrando no mercado de cripto (como vimos com o Drop da Adidas Bored Ape que arrecadou 23 milhões de dólares em seu lançamento e gerou uma mega exposição de marca) e explorando o potencial de monetização e Branding dos NFTs e Metaverso”, explica.
De acordo com o especialista, grandes instituições já estão experimentando produtos de finanças descentralizadas e veremos os primeiros saindo no ano que vem.
“A usabilidade da tecnologia blockchain será mais explorada em diversas indústrias; como câmbio (como no caso da Trace Finance), comércio exterior, supply chain (rastreabilidade de alimentos e da cadeia de produção), entre outros”.
“Também teremos uma maior pressão dos governos com o intuito de regular e controlar as corretoras e players de criptomoedas, mesmo os descentralizados, através de regular as empresas mantenedoras e desenvolvedores dos protocolos e punir e sancionar as pessoas por trás deles”, finaliza.
Mercado de criptoativos maior em 2022
Para Rafael Izidoro, CEO da Rispar, o ano de 2021 foi muito positivo para o Bitcoin. “Além dos recordes de preço, o ativo contou com a entrada em massa de investidores institucionais, a adoção como moeda de curso legal em El Salvador, a descentralização da rede devido ao banimento da mineração na China, e maior educação sobre o setor, que resultou em uma percepção mais otimista e aberta da população sobre as criptomoedas”.
Já para o próximo ano, o especialista analisa um mercado de grande perspectiva. “Com o mercado de alta que vivemos em 2021 e a forte adoção pela população geral, grandes players institucionais e até Estados, a perspectiva é de ainda maior popularização do Bitcoin como reserva de valor, e quem sabe o tão esperado marco de US$100.000”.
Regulação das criptomoedas vai movimentar mercado
Para Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit, a regulação vai ocupar um espaço importante no próximo ano.
“Países estão se preparando para regulações das criptomoedas, o que vai movimentar o mercado. Aqui no Brasil, a criação das moedas digitais pelo Banco Central e a popularização das criptomoedas, é algo para se esperar em 2022”, explica.
Para Ricardo, o Bitcoin deve sempre ser pensado como uma defesa anti inflação.
“No longo prazo ele tende a subir, mas o mercado já mostrou que tem muita volatilidade no caminho. Acredito ainda que pode apresentar um valor mais alto em 2022, porém historicamente, existem grandes correções para este período pós-halving. Além disso, vejo o Bitcoin, Ethereum, Solana, AVAX e DOT para ficar de olho no ano que vem”, finaliza.
ABFintechs de olho na regulação
Para a Associação Brasileira de Fintechs, que possui um Grupo de Trabalho dedicado a desenvolver um ambiente mais seguro e transparente para players e clientes do universo de criptoativos, há uma atenção especial aos Projetos de Lei (PJ) que tramitam na Câmara (PL 2303/2015) e no Senado (PL 4207/2020), que abordam a regulação do setor no país.
“Acompanhamos de perto os debates nas comissões e estamos à disposição para enriquecer as reflexões, sempre em prol de uma regulação que gere segurança para os empreendedores, clientes e reguladores e ao mesmo tempo seja pró- inovação. Os debates no Legislativo continuam e eles definirão o futuro do mercado. Por isso, devemos continuar acompanhando os movimentos e contribuindo com nosso ponto de vista”, afirma Marcus Lavorato, coordenador do GT de cripto da ABFintechs e diretor de Relações Institucionais do Mercado Bitcoin.
Aposta em blockchains de infraestrutura
“Penso que, ao abordarmos o tema criptomoeda, nada pode ser mais relevante que a sua valorização de mercado, já que ela que faz investidores de todo o mundo inferir, pleitearem, induzirem e transformarem o cenário da nova economia digital”, explica Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy.
Segundo ele, muitas variáveis estão presentes neste processo de valorização de uma moeda, mas nenhuma é tão contundente quanto a volatilidade, e é por meio desta mudança constante que o ecossistema de cripto opera.
Para 2022, Schoch aponta que as blockchains de infraestrutura que possuem potencial para gerar novos processos de serviços financeiros e torná-los mais simples e eficientes são bastante promissoras.
“A Solana, que valorizou mais de 11.000% somente neste ano de 2021, se tornando um dos ativos de melhor desempenho do mundo. Outra beneficiada pela volatilização de mercado foi a SHIBA INU, que se fez notória pela recente valorização que extrapolou a alta dos 380%”, comenta o CEO da Bitfy. Entre as criptos, o especialista cita quais serão as quatro criptomoedas mais promissoras para o próximo ano: Polygon, Avalanche, Uniswap e SushiSwap.
Schoch comenta que é incrível ver como as criptos se fortalecem cada vez mais pelo seu exacerbado desenvolvimento tecnológico, ou meramente por especulações e adeptos que visam transformar o mercado e enriquecer com isto.
“Na minha opinião, muitos outros criptoativos podem se valorizar e aumentar a sua capitalização de mercado, só depende de quão aquecido estará 2022. Vamos esperar pela volatilidade”, finaliza.
Fonte: Panorama Crypto