Não é preciso ser nenhum especialista para saber: nos últimos anos, diferentes tecnologias estão transformando a maneira como as empresas atuam e operam no mercado. Inclusive, uma das mais inovadoras e populares do momento é a inteligência artificial (IA).
Em paralelo, no universo corporativo, a conformidade com as normas sempre foi uma grande preocupação, principalmente para garantir que práticas e outros processos sejam exercidos conforme a legislação e políticas internas. E a boa notícia? Com o crescimento da complexidade e do número de dados existentes, a inteligência artificial e compliance se uniram para, juntas, alcançarem os melhores resultados.
Assim, o que acha de se aprofundar mais no assunto, explorando como a IA pode ser utilizada na área de compliance empresarial, bem como os seus benefícios e desafios? É só continuar acompanhando o post e se atualizar. Boa leitura!
Como a inteligência artificial (IA) pode ser aplicada ao compliance?
De modo geral, podemos dizer que o uso da inteligência artificial no compliance empresarial conta com a utilização de diferentes ferramentas, além de algoritmos capazes de acompanhar, monitorar e realizar processos de auditoria, a fim de assegurar que as organizações estejam seguindo corretamente as práticas e normas exigidas.
Como de praxe, a conformidade é conhecida por envolver processos manuais, exigindo também a checagem e revisão de documentos, leitura de contratos e a verificação de políticas diversas. Ou seja, como você pode imaginar, esse processo é um tanto demorado, estando também sujeito a erros que os humanos podem cometer, por mais eficientes que eles sejam em seus postos de trabalho.
Felizmente, a inteligência artificial (IA) tem transformado esse cenário, automatizando significativamente essas atividades. A seguir, apresentamos alguns exemplos relevantes de como a IA pode ser aplicada nesse setor.
Monitoramento constante
Um dos efeitos ao unir inteligência artificial e compliance está na possibilidade de realizar um monitoramento frequente, seja das transações financeiras de uma organização, das suas comunicações ou de qualquer outro dado corporativo. A ideia, portanto, é buscar comportamentos considerados suspeitos ou que não estejam de acordo com as normas estabelecidas, minimizando assim, diversas variações de riscos.
Auditorias automatizadas
Todo gestor experiente reconhece que a auditoria interna é um pilar fundamental para a organização e é um elemento-chave do compliance. No entanto, é inegável que esse processo pode ser complexo e demandar tempo.
Mas, com a IA o processo vem, aos poucos, tornando-se mais fácil, principalmente com a automatização da análise de dados, identificando padrões que indicam irregularidades. Sem dúvida, essa mudança faz com que a auditoria seja ainda mais certeira e eficiente, além de reduzir — e muito! — o tempo dos colaboradores, bem como os custos que envolvem essa operação.
Verificação de contratos e outros documentos
Além dos tópicos abordados, outra área na qual a IA pode ganhar destaque é na análise de contratos e demais documentos de cunho jurídico. Hoje em dia, os chamados algoritmos de processamento de linguagem natural (PLN) estão sendo bastante utilizados no processo de revisão de grandes quantidades de materiais. A ideia é identificar cláusulas que não estão de acordo com as regulamentações, sejam elas internas ou externas.
Quais os benefícios ao integrar IA e compliance?
Não é por acaso que a integração entre inteligência artificial e compliance tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente corporativo. Afinal, ao adotar essa abordagem, as organizações podem usufruir de uma série de benefícios, que vão desde o aumento da eficiência operacional até o fortalecimento da segurança. A seguir, destacamos os principais.
Menos erros humanos
É sabido que a automação de processos de compliance, com a ajuda da inteligência artificial, consegue reduzir — e muito! — o risco de erros cometidos por humanos. Inclusive, em setores como o da auditoria e da análise de dados, que exigem o máximo de precisão, a tecnologia é essencial para nos ajudar a desenvolver tarefas de repetição, com bastante complexibilidade e, logo, grandes chances de falhas.
Mais eficiência nas operações
Outro ponto positivo de aplicar a IA no compliance está na possibilidade de exercer tarefas que, normalmente, exigiria um altíssimo índice de esforço humano — sem contar no tempo gasto pelo indivíduo.
Na prática, isso significa que, ao ter a IA como recurso, os times de compliance têm mais liberdade para focar em questões mais estratégicas, abandonando as atividades extremamente operacionais. O resultado disso? Muito mais produtividade e eficiência do negócio.
Identificação prematura de riscos
Uma das grandes vantagens de usar a inteligência artificial nos processos de compliance está na capacidade da tecnologia em identificar riscos, bem antes deles tornarem-se grandes problemas.
Ao verificar os dados em tempo real, a ferramenta consegue detectar anomalias e padrões que sinalizam possíveis irregularidades. Uma vez em ação, essa prática permite que a organização adote medidas corretivas para impedir o surgimento de problemas futuros e, com isso, se protegendo contra prejuízos de imagem ou financeiros.
Por dentro das normas
É essencial que as empresas sigam atualizadas sobre as dinâmicas regulatórias do país, envolvendo as principais regras e mudanças nas leis vigentes. Desse modo, a inteligência artificial pode ser uma ótima saída para monitorar, de forma automática, essas movimentações.
Ao ser corretamente programada, a ferramenta é capaz de informar os líderes quando é preciso fazer novos ajustes, garantindo assim, que o negócio se mantenha por dentro da ética, sem a necessidade de realizar revisões manuais com frequência.
Como as empresas podem implementar a inteligência artificial no compliance?
A princípio, você pode imaginar que implementar a inteligência artificial no setor de compliance pode ser algo extremamente desafiador. Mas, a boa notícia é que, com alguns cuidados, e seguindo determinadas etapas, é possível unificar esses dois mundos. Tudo isso, de um jeito rápido, prático e eficaz. Para tanto, será preciso seguir algumas etapas básicas, como as que listamos logo abaixo.
Identifique os pontos críticos
Antes de tudo, será preciso detectar quais os processos da área de compliance podem receber a tecnologia da IA. Como falamos, existem vários nichos que se adaptam bem a esse tipo de ferramenta, como:
a automação de auditorias;
o monitoramento de transações;
a análise de documentação, etc.
Logo, o ideal é que a organização verifique minuciosamente quais tarefas são as mais repetitivas, que tomam muito tempo dos funcionários ou, até mesmo, que são mais suscetíveis a erros.
Selecione a melhor tecnologia
Como você já deve ter notado, atualmente existem diversas soluções de inteligência artificial disponíveis no mercado. Estamos falando de softwares próprios para compliance, bem como plataformas voltadas exclusivamente para automações generalistas. A escolha, portanto, dependerá unicamente dos desejos e necessidades do negócio.
Ainda aqui, é interessante ressaltar que uma pesquisa detalhada é imprescindível, sempre com foco nas características da organização, o orçamento disponível para essa finalidade e a possibilidade de integrar a tecnologia com sistemas já existentes e utilizados pelos times.
Prepare a equipe
Após escolher a ferramenta que será utilizada no compliance, chega o momento de manter os seus colaboradores atualizados. Afinal, serão eles que trabalharão dia a dia com as novas ferramentas, constantemente em busca da eficiência e dos melhores resultados.
É importante que a equipe entenda como a inteligência artificial consegue auxiliá-la a alcançar ótimas soluções em seus processos, além de tomar decisões inteligentes e baseadas em insights relevantes. Não se esqueça!
Monitore e faça ajustes
Assim que implementar a inteligência artificial em seus processos de compliance, será necessário acompanhar de perto todo o desempenho dessa mudança, garantindo que a tecnologia esteja suprindo as necessidades da empresa.
Fora isso, é interessante avaliar periodicamente se os resultados estão saindo conforme o esperado e, se preciso, fazer ajustes para que todos se sintam satisfeitos com esse trabalho.
Quais são os desafios ao unir inteligência artificial e compliance?
A inteligência artificial pode, de fato, oferecer diversos diferenciais para um processo de compliance. No entanto, é importante reconhecer que sua aplicação não está isenta de desafios, que exigem o máximo de cuidado e expertise dos profissionais envolvidos. Confira a seguir os principais pontos de atenção:
custos para a implementação: adotar tecnologias de IA pode exigir um certo investimento da organização, tanto em relação ao aspecto financeiro, quanto ao tempo. Assim, o ideal é avaliar cuidadosamente o custo-benefício dessa medida;
resistência à mudança: integrar a inteligência artificial é um processo que pode causar uma certa resistência por parte dos times de compliance, ainda mais se os funcionários desconhecem o poder da tecnologia. Aqui, o caminho é investir na informação e educação, prezando pela mudança de mindset e pelo engajamento dos times;
proteção de dados: a IA é conhecida por processar altos números de dados. Em razão disso, pode ser difícil garantir que certas informações sigam em conformidade com as regulamentações de proteção de informações. Por isso, a empresa terá que investir em práticas rigorosas de segurança cibernética, assegurando que a tecnologia não vaze materiais sigilosos ou sensíveis para a organização.
Como foi possível notar ao longo dessa leitura, a união entre inteligência artificial e compliance pode ser uma excelente medida para transformar totalmente os processos de conformidade de uma empresa, com foco na eficiência e diminuição de erros humanos. Entretanto, tenha em mente que será preciso prezar por uma análise cuidadosa, sem abrir mão de um bom planejamento e treinamento dos times.
Gostou de saber mais sobre inteligência artificial e compliance? Então, aproveite o momento para compartilhar o link deste post nas redes sociais e ajudar os seus contatos a se atualizarem sobre o tema.